É dificil fraldar um beneficio

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"entrevista com o gerente executivo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Guarulhos"

Em entrevista à reportagem do DS, o gerente executivo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Guarulhos, Claudir de Paula Coelho, disse que “não é fácil fraudar os benefícios previdenciários”. Na edição de ontem, o DS publicou matéria mostrando que levantamentos iniciais apontam que cerca de 50% dos auxílios-doença e aposentadorias por invalidez mantidos pela agência de Suzano - ligada à Gerência Executiva de Guarulhos - seriam fraudados.Os números foram divulgados pela Assessoria de Imprensa do próprio INSS, após constatação da força-tarefa da Polícia Federal (PF), na Operação Falsário. No entanto, em contato com a reportagem, Claudir disse que a fraude não atinge exatamente 50% dos benefícios - estes seriam apenas os indícios iniciais. “A fraude foi constatada e as pessoas envolvidas já foram presas. A porcentagem (50%) é uma estimativa, o INSS ainda está levantando dados e apurando as irregularidades”, ponderou.Na última quinta-feira, conforme o DS já noticiou, a PF prendeu quatro supostos fraudadores do INSS. Eles são suspeitos de incluir informações fictícias no banco de dados do instituto e fraudar a concessão do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez com atestados e exames médicos falsos.Segundo a Previdência, os fraudadores também orientavam como as pessoas deveriam se comportar na perícia médica para ter o benefício concedido pelo INSS. Essa orientação incluía dicas sobre medicamentos que deveriam ser tomados para aumentar a pressão arterial no dia da perícia.Entre os supostos fraudadores presos, estão dois funcionários do próprio instituto: Vilson Roberto do Amaral e Izaíde Vaz da Silva. Os dois funcionários trabalhavam nas agências do INSS de Salto e Mogi das Cruzes, respectivamente. Os outros dois - Odair Rodrigues dos Santos e Manuel Felismino Leite - supostamente atuariam em conjunto com os servidores do INSS nas ações de fraude.De acordo com o gerente executivo de Guarulhos, a servidora envolvida no caso trabalhava na agência do INSS de Suzano até o início deste ano, quando foi transferida para Mogi por suspeitas de irregularidades. “Havia uma desconfiança quanto à prática da fraude, então ela foi deslocada de Suzano para Mogi das Cruzes. Agora que o crime foi confirmado, ela foi presa pela Polícia Federal”, contou.PARCERIA Para Claudir, outros servidores não deverão ser afastados do INSS de Suzano, já que não há suspeitas de mais fraudes na agência. No entanto a investigação da força-tarefa continua. “Está sendo feito um trabalho em parceria com o Ministério Público, os servidores da Previdência e a força-tarefa da Polícia Federal. Aliás, foram os próprios servidores que denunciaram a prática em Suzano”, destacou.Na tentativa de evitar uma polêmica ainda maior em torno do assunto, o gerente do INSS de Guarulhos ressaltou ainda que os servidores que atuam na região são contrários a qualquer tipo de irregularidade. “O início de toda a investigação foi feita pelos servidores, que perceberam que havia ações irregulares. Acredito que em Suzano não deverá mais haver tentativas de fraudes, até porque as pessoas sabem que as irregularidades serão totalmente repudiadas e os envolvidos serão presos”, avisou.A investigação em torno das fraudes na região já existe, segundo Claudir, há cerca de dois anos. A partir de agora, será feito o levantamento do prejuízo e dos benefícios fraudados. “É um trabalho longo, de investigação e levantamento de dados”, reforçou.